domingo, 25 de março de 2012

Oração – Oferecimento de tudo a Deus

Ouve, Senhor, a minha prece, para que minha alma não desfaleça sob o peso da tua lei, e esmoreça em confessar os atos de misericórdia que me arrancaram de péssimos caminhos, para que seja, para mim, mais atraente do que todas as seduções que eu seguia, e assim eu te ame imensamente e te segure a mão com todas as forças de minha alma, e me livres de toda a tentação até o fim.
Senhor, tu és o meu rei e o meu Deus! Que para o teu serviço se consagre tudo o que de útil eu aprendi em criança: para ti a minha capacidade de falar, escrever, ler e contar. Pois, quando eu aprendia coisas inúteis tu me disciplinaste e me perdoaste o pecado do prazer inútil que nelas eu encontrava.
É verdade que com elas aprendi muitas coisas úteis, mas estas podem ser aprendidas também em matérias não frívolas: este seria o caminho mais seguro a ser percorrido pelas crianças.

Extraído do livro: Confissões, de Santo Agostinho

quinta-feira, 15 de março de 2012

Como fazer Jejum e abstinência

O jejum consiste em fazer uma só refeição forte ao dia. A abstinênica consiste em não comer carne. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e jejum. A abstinência é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinqüenta e nove anos de idade.
Com estes sacrifícios, trata-se de que todo nosso ser (alma e corpo) participe em um ato pelo qual se reconheça a necessidade de fazer obras com as quais reparemos o dano causado com nossos pecados e para o bem da Igreja.

O jejum e a abstinência podem ser trocados por outro sacrifício, dependendo do que ditem as Conferências Episcopais de cada país, pois elas têm autoridade para determinar as diversas formas de penitência cristã.

Por que o Jejum?

É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a perfeição espiritual que aproxima o homem a Deus.

O abster-se de comida e bebida tem como fim introduzir na existência do homem não somente o equilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como “atitude consumística”.

Tal atitude veio a ser em nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito freqüentemente abusa deles. A civilização se mede então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem apenas quanto às necessidades terrenas.

Esta civilização de consumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam ao homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior. O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos.

Jejuar significa abster-se de algo. Não é uma renúncia pela renúncia. É para melhor e mais equilibradamente o homem realizar seu fim terreno: conhecer, amar e servir a Deus e, dessa forma, salvar a própria alma.