quarta-feira, 27 de junho de 2012

A Santa mão.

Na igreja do convento das Bernardas, de Valbona, se conserva uma mão humana seca e apergaminhada. A crônica narra que essa mão pertenceu a um monge do mosteiro de Santa Creus.
Neste mosteiro havia dois monges que, mesmo antes de entrar no convento, eram amigos inseparáveis.

Dentro do mosteiro continuaram com a boa amizade, fazendo sempre juntos suas orações, seus passeios e suas meditações.

Então prometeram-se mutuamente que, se um deles morresse, o que sobrevivesse rezaria todos os dias pelo outro, dizendo diante de seu túmulo um responsório.

Passaram-se os anos, e os dois monges não se separaram nunca, até que um deles morreu. Seguindo o costume do mosteiro, foi sepultado no subterrâneo, no lugar destinado a ele, num sarcófago de pedra, como todos os companheiros que o haviam precedido.

No dia seguinte à morte, seu amigo desceu ao subterrâneo. Ajoelhado diante da tumba, rezou devotamente o responsório, tal como havia prometido.Ao terminar, viu, mudo de espanto, que a tampa do sarcófago se levantava para deixar passagem a uma mão. Esta lhe deu a bênção, ficando um momento fora da tumba, quieta, como que esperando que ele a tomasse.
Nada disse o monge do que havia ocorrido, por temor de que se tratasse de uma alucinação, devido ao muito afeto que sentia por seu amigo.
Desceu no dia seguinte, rezou, e ao terminar, outra vez saiu a mão do amigo da tumba e lhe deu a bênção.
Todos os dias descia o monge, e todos os dias a mão do amigo o bendizia piedosamente.
O monge não se pôde calar por mais tempo. Deu contas ao prior do que sucedia.
No outro dia desceram com ele o prior e toda a comunidade. Iluminaram a tumba com círios bentos e cantaram todos um responsório pelo companheiro.
Quando terminaram, levantou-se a tampa do sarcófago, como ocorria todos os dias, e apareceu uma mão pálida, benzeu a seus companheiros e ficou depois um momento imóvel.
O prior aproximou-se então da tumba, e com olhos cheios de lágrimas pela emoção, tomou entre as suas a mão do monge.
Sem puxar, sem fazer esforço algum, a mão se desprendeu do corpo e ficou entre as do prior, que caiu de joelhos ante o milagre.
Durante muitos anos a mão se conservou na capela do mosteiro de Santa Creus.
Mais tarde foi trasladada ao convento das Bernardas, Valbona, onde até hoje se encontra.
(Fonte: V. Garcia de Diego, “Antología de Leyendas de la Literatura Universal” – Labor, Madrid, 1953)
Extaído do blog: Orações e Milagres Medievais

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Por que é comemorado o Corpus Christi?



No feriado de Corpus Christi católicos fiéis do mundo todo celebram o “Corpo de Cristo”. Mas, o que exatamente significa isso e por que esse feriado não é comemorado sempre no mesmo dia, em todos os anos?

A festa de Corpus Christi celebra a presença do corpo e sangue de Cristo e é um dos sacramentos da Eucaristia. Segundo as religiões cristãs, na quinta-feira santa, dia que antecedeu a sua morte, Jesus Cristo reuniu os seus apóstolos para a Última Ceia, quando disse: “Isto é o meu corpo (apontando para o pão), e isto é o meu sangue (apontando para o vinho)”. Os católicos do mundo todo agradecem então, o dom da Eucaristia, no qual crêem que Deus é o alimento espiritual da alma.

A celebração da data teve início em 1193, por iniciativa da religiosa belga Juliana de Cornellon, que disse ter visto a Virgem Maria pedindo para que ela realizasse uma grande festa com o intuito de honrar o corpo de Jesus na Eucaristia. Anos mais tarde, em 1264, o papa Urbano IV consagrou a festa (que já acontecia) à Igreja Universal. Através da publicação da bula Transituru do Mundo, Urbano IV decretou a celebração como sendo oficial, e com a tríplice finalidade: honrar Jesus Cristo, pedir perdão a Jesus pelo que foi feito a ele e protestar contra aqueles que negavam a presença de Deus na hóstia sagrada.

De acordo com a Igreja Católica, durante a missa, no momento em que o sacerdote proclama as palavras “Isto é o meu corpo e isto é o meu sangue”, ocorre o ato da transubstanciação, por meio do qual a substância do pão e vinho (neste caso, a hóstia e o vinho) se transforma no corpo e sangue de Cristo. Este é o momento mais importante de toda a celebração de Corpus Christi – as hóstias até então não consagradas, tornam-se consagradas.

O Corpus Christi é celebrado na quinta-feira após o domingo de Pentecostes.